quarta-feira, 17 de agosto de 2011

HILDA HILST: FAVORITA!



Ama-me. É tempo ainda. Interroga-me.
E eu te direi que o nosso tempo é agora.
Esplêndida altivez, vasta ventura
Porque é mais vasto o sonho que elabora
Há tanto tempo sua própria tessitura.
Ama-me. Embora eu te pareça
Demasiado intensa. E de aspereza.
E transitória se tu me repensas.

...
Tudo demora. E tudo é véspera e nostalgia
Desse Agora, quando tu pensas que tudo se demora.
E porisso, noviça, aos poucos conhecendo
Repouso e brevidade desta vida, do meu ficar a sós
Pretendo apenas, fruir apesares e partidas
E júbilo também
Porque o instante consente essas duplas medidas.
Noviça da minha hora. Os rios correndo, o charco
Soterrando minúcias, quem sabe a minha memória
Conivências, o ouro do meu canto, irmãos
Dionísio e Túlio. Os rios correndo. E todos os poemas,
Fascinação de amantes e de amigos, os caminhos de volta
Pretendendo....


Não é apenas um vago, modulado sentimento
O que me faz cantar enormemente
A memória de nós. É mais. É como um sopro
De fogo, é fraterno e leal, é ardoroso
É como se a despedida se fizesse o gozo
De saber
Que há no teu todo e no meu, um espaço
Oloroso, onde não vive o adeus.

(Estes poemas da coletânea "Júbilo Memória Noviciado da Paixão" nasceram no ano que nasci...)

MOMENTO POÉTICO

QUEDA DECRETADO
QUE TODOS LOS DÍAS DE LA SEMANA
INCLUSIVE LOS MARTES
MÁS GRISES, TIENEN DERECHO
A CONVERTIRSE EN MAÑANAS
DE DOMINGO...
QUEDA DECRETADO
QUE EL MAYOR DOLOR
SIEMPRE FUE Y SERÁ SIEMPRE
NO PODER DAR AMOR,
A QUIEN SE AMA,
SABIENDO QUE ES EL AGUA
QUIEN DA A L A PLANTA
EL MILAGRO DE LA FLOR
(Thiago de Mello e Pablo Neruda)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

RIR FAZ BEM!!!


Textos para ler e se divertir - 01
           
            No guichê da Rodoviária de São Paulo, o português presta atenção na forma como o brasileiro que está na sua frente pede uma passagem ao vendedor:
  - Aparecida, ida.
            Finalmente, chega a vez de o português pedir a sua passagem. Resoluto, certo de que aprendeu como deve proceder, ele se dirige ao vendedor:
 - Ubatuba, uba.

***

            Na escola, a professora manda um aluno dizer um verbo qualquer e ele responde: - Bicicreta. A professora, então, corrige: - Não é “bicicreta”, é “bicicleta”. E “bicicleta” não é verbo. Ela tenta com outro aluno: - Diga um verbo! Ele arrisca: - Prástico. A professora, outra vez, faz a
correção: - Não é “prástico”, é “plástico”. E “plástico” não é verbo. A professora faz a sua última tentativa e escolhe um terceiro aluno: - Fale um verbo qualquer! - Hospedar. A professora comemora: - Muito bem! Agora, forme uma frase com esse verbo. – Os pedar da bicicreta é de prástico.

***

            Quanto ao nome da Alfaiataria Aguia de Ouro cresci ouvindo meu pai contar que alguém de passagem por uma cidade do interior (nada contra a cidades do interior) e precisando de um alfaiate pediu informações e lhe foi recomendado um logo ali, muito bom.
            Ao ver a placa da alfaiataria disse ao proprietário lamentar muito, que embora lhe tivessem dito se tratar de um alfaiate de mão cheia, não confiava em alguém que escreve errado o nome do próprio negócio. 
            - O acento, o senhor não colocou o acento de águia, Alfaiataria Águia de Ouro. 
            O alfaiate olha o visitante com estranheza e explica:
            - Não, senhor, Aguia [agúia] de Ouro.

***
            Excelentíssimo Sr. Juiz
            Certa vez, ao transitar pelos corredores do fórum, fui chamado por um dos juízes ao seu gabinete. 
            - Olha só que erro ortográfico grosseiro temos nesta petição. 
            Estampado, logo na primeira linha do petitório, lia-se:
            "Esselentíssimo juiz". Gargalhando, o magistrado me perguntou:
            - Por acaso esse advogado foi seu aluno na Faculdade? 
            - Foi sim - reconheci. Mas onde está o erro ortográfico a que o senhor se refere ?
            O juiz pareceu surpreso: 
            - Ora, meu caro, acaso você não sabe como se escreve a palavra excelentíssimo? 
            Então expliquei-me: 
             - Acredito que a expressão pode significar duas coisas diferentes.
            Se o colega desejava se referir a excelência dos seus serviços, o erro ortográfico efetivamente é grosseiro. Entretanto, se fazia alusão à morosidade da prestação jurisdicional, o equívoco reside apenas na junção inapropriada de duas palavras. O certo então seria dizer "esse lentíssimo juiz". 
            Depois disso aquele magistrado nunca mais aceitou, com naturalidade, o tratamento de excelentíssimo juiz. Sempre pergunta:  
            - Devo receber a expressão como extremo de excelência ou como superlativo de lento?

LOCUÇÕES

SINTAXE 2

SINTAXE 1

RADICAIS